Subsunção do trabalho intelectual na era da inteligência artificial

uma revisão sistemática crítica marxista – resultados preliminares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v16.1422

Palavras-chave:

Algoritmos, Capitalismo, Economia, Inteligência Artificial, Mercado de Trabalho, Trabalho

Resumo

O avanço da Inteligência Artificial (IA) tem desencadeado debates acalorados na sociedade contemporânea, influenciando os domínios sociais, econômicos e biológicos. A incorporação da IA, em diversos sistemas e ferramentas tem o potencial de reduzir a necessidade de intervenção humana em atividades perigosas, monótonas e exaustivas, permitindo a alocação do tempo de trabalho humano em tarefas mais seguras e desafiadoras. No entanto, a IA também apresenta novos desafios e riscos, especialmente no contexto econômico, onde a automação do trabalho pode impactar profundamente o mercado de trabalho. A ascensão da IA implica na subsunção do trabalho humano ao capital, onde o controle sobre os processos de trabalho é ampliado pelo desenvolvimento tecnológico. Compreender a perspectiva de Marx sobre o trabalho é fundamental para analisar o avanço da IA, especialmente na transição para uma quarta revolução industrial. A subsunção do trabalho ao capital inclui tanto o trabalho manual quanto o intelectual, refletindo a integração das atividades humanas na lógica do capitalismo. A presença generalizada de ferramentas de IA no cotidiano, através de ferramentas como assistentes virtuais e aplicativos, tem permeado quase todos os campos do conhecimento.  Sua incorporação em diversos sistemas e ferramentas tem o potencial de reduzir a necessidade de intervenção humana inclusive na área de saúde, liberando tempo humano para tarefas mais seguras e desafiadoras. Porém sua ascensão também apresenta novos desafios e riscos, não apenas no contexto econômico, onde surgem debates sobre o futuro do mercado de trabalho para os profissionais de saúde, mas também nos processos que permeiam a promoção, manutenção e recuperação da saúde. Assim a substituição de tarefas manuais e intelectuais pela IA levanta questões éticas, sociais, legais, destacando a importância do debate para mitigar esses riscos e regulamentar os limites de seu uso, uma vez que esta pode ser aplicada no processo decisório, que utiliza tradicionalmente atributos humanos. Outro ponto importante para o debate é garantir a princípios tão caros a saúde como a: universalidade, a humanização nos processos aonde a IA, for aplicada como provedora de serviços de saúde, com a possibilidade de substituição do trabalho intelectual humano por algoritmos e sistemas automatizados, como garantir o melhor atendimento, considerando todas as variáveis e particularidades necessárias. A incorporação da saúde tem sido evidente na melhoria da velocidade e precisão dos diagnósticos, na otimização do atendimento clínico e no desenvolvimento de medicamentos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece essa transformação e lançou diretrizes de ética e governança para orientar o uso responsável da na saúde. No entanto, o uso indiscriminado da IA à saúde pode ameaçar a centralidade do raciocínio clínico humano e a produção subjetiva do cuidado. Algoritmos de diagnóstico, consultas remotas e exames clínicos mediados pela IA estão substituindo, em parte, o trabalho humano, o que levanta preocupações sobre a possível subsunção do trabalho intelectual humano pela máquina. A subsunção do trabalho intelectual na saúde pela IA denota um perigo potencial se não forem identificados e impostos limites claros a essa tecnologia. A aplicação da IA na saúde deve ser feita com cautela, garantindo que os profissionais de saúde mantenham um papel central no processo de diagnóstico e tratamento. Assim, este estudo se propõe a revisar criticamente a literatura marxista sobre a IA e a subsunção do trabalho intelectual, visando compreender como essa relação pode afetar o raciocínio clínico e a produção do cuidado na saúde. Portanto, é crucial examinar como a IA e a subsunção do trabalho intelectual afetam a centralidade do raciocínio clínico e da produção do cuidado na saúde, considerando  a complexa relação entre tecnologia, capitalismo e sociedade Diante a complexidade e a necessidade de maior conhecimento desta temática, este estudo visa a compressão fundamentos da IA na 4ª Revolução Industrial, a análise da subsunção do trabalho intelectual com o avanço da IA e a crítica marxista sobre essa relação, especialmente na saúde. A metodologia empregada consiste em uma revisão sistemática crítica da literatura científica marxista, iniciada com uma busca exploratória em revistas especializadas nesta área. Foram utilizados termos-livres primários, incluindo "Inteligência Artificial", "Quarta Revolução Industrial", "Indústria 4.0", "Subsunção do Trabalho" e "Trabalho Intelectual". Esta busca resultou em 5419 publicações em revistas nacionais e internacionais. Após a remoção de títulos duplicados, foram selecionadas 1340 publicações contendo os termos elencados. Estas publicações foram categorizadas por tipo, sendo escolhidos apenas os artigos científicos, totalizando 868 artigos. Os títulos destes artigos foram avaliados utilizando marcadores textuais relacionados aos temas de interesse, resultando em 95 resumos selecionados para leitura em busca dos termos relacionados a Inteligência Artificial e a Subsunção do Trabalho, resultando em 22 artigos para leitura integral e avaliação de sua viabilidade para os objetivos deste estudo. Nas próximas fases, serão apresentados os resultados e a discussão sobre a relação da subsunção do trabalho intelectual e a inteligência artificial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

18-07-2025

Como Citar

1.
Inácio ECS, Carnut L. Subsunção do trabalho intelectual na era da inteligência artificial: uma revisão sistemática crítica marxista – resultados preliminares. J Manag Prim Health Care [Internet]. 18º de julho de 2025 [citado 19º de julho de 2025];16(Esp):e029. Disponível em: https://www.jmphc.com.br/jmphc/article/view/1422