Terapia digital para pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2 a partir do referencial da economia política
DOI:
https://doi.org/10.14295/jmphc.v16.1417Palavras-chave:
Diabetes Mellitus, Acesso a Medicamentos Essenciais e Tecnologias em Saúde, Economia, Saúde DigitalResumo
O diabetes tipo 2 é uma doença crônica não transmissível que se caracteriza por uma deficiência ou não processamento da insulina que controla os níveis de açúcar (glicose) no corpo. A doença vem aumentando e a Organização Mundial de Saúde (OMS) a classificou como uma epidemia mundial. Há cerca de 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos portadoras de diabetes no mundo, cerca de 10,7% da população mundial. Países como a China, Índia, Estados Unidos, Paquistão e Brasil são líderes. Nas Américas há pelo menos 62 milhões de pessoas e no Brasil são 16,8 milhões de pessoas, cerca de 8,8% do total de brasileiros. O diabetes tipo 2 é o mais prevalente em adultos, corresponde a 90% de todos os casos de diabetes no mundo, esse tipo pode ser prevenido e em certos casos pode haver a remissão da doença. É uma doença sensível à atenção primária em saúde, uma das principais frentes para o combate à doença é o rastreamento através de exames, visto que cerca de 50% dos portadores desconhecem que o são. A estimativa é que existam cerca de 240 milhões de pessoas que desconhecem ter a doença. O aumento do envelhecimento populacional, associado a um estilo de vida cada vez mais sedentário e hábitos alimentares contribuem para o aumento na incidência e prevalência da doença. O custo social e financeiro é impactante, o diabetes cada vez mais torna-se um problema para os sistemas de saúde, para os pacientes e familiares. Os custos altos estão associados a evolução da doença, que não tratada adequadamente pode levar a cegueira, amputações, nefropatias e doenças cardiovasculares, além de ser fator de risco para mortes relacionadas a doenças cardiovasculares, que favorecem em 50% a 80% das mortes de pacientes portadores de diabetes. Há uma diversidade de ferramentas em saúde digital que permitem o atendimento clínico e o autogerenciamento do paciente com a promessa de atingir melhores resultados clínicos e econômicos. Nesse sentido, a terapia digital busca engajar o paciente para mudanças comportamentais com foco no maior controle da doença. O objetivo do estudo é expor o que a literatura científica apresenta sobre a terapia digital para pacientes portadores de diabetes. O método escolhido foi uma revisão integrativa da literatura a partir da pergunta de pesquisa: O que a literatura científica apresenta sobre a terapia digital personalizada para pacientes portadores de diabetes. Uma investigação exploratória foi conduzida utilizando os recursos disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde Pública (BVS). As combinações dos descritores e sinônimos resultaram nas seguintes estratégias de busca: ("Diabetes Mellitus") OR ("Complicações do Diabetes"( OR ("Diabetes Mellitus Tipo 2") OR ("Estado Pré-Diabético") AND (telemedicina) OR (saude movel) OR (saude digital) OR (terapia digital))) AND ((monitoramento digital) OR (medicina preventiva) OR (monitoramento continuo glicose) OR (dispositivos vestíveis) OR (rastreadores de atividade) OR (medicina digital) OR (sensores digitais) OR (monitoramento remoto de pacientes) OR (terapia para diabetes) OR (ferramenta de tratamento personalizada) OR (tecnologia para diabetes) OR (terapias digitais)) AND ("Política de Saúde") OR ("Níveis de Atenção à Saúde") OR ("Atenção Primária à Saúde") OR ("Sistemas de Informação em Saúde") OR ("Serviços de Saúde para Idosos") OR ("Atenção à Saúde") OR ("Acesso Universal aos Serviços de Saúde") OR ("Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde") OR ("Saúde do Idoso") OR ("Sistemas Públicos de Saúde") OR ("Financiamento dos Sistemas de Saúde") OR ("Sistemas Nacionais de Saúde") OR ("Estratégias para Cobertura Universal de Saúde"). Foram mapeados inicialmente 163 artigos utilizando a plataforma Covidence, os critérios de exclusão foram publicações em outros idiomas, duplicidade ou sem relação com a temática. Uma nova pesquisa foi necessária após a identificação de que o termo "Terapia Digital" em inglês pode igualmente ser empregado como "Digital Therapeutics". Uma verificação complementar foi conduzida utilizando a sintaxe "(digital therapeutics) OR (dtx) AND (diabetes)" e foram identificados 12 novos artigos. No total foram identificados 175 artigos e 61 artigos foram incluídos na análise. O conceito de terapia digital é abrangente, seu uso pode ser aplicado desde o acompanhamento telefônico de pacientes até o uso de tecnologias avançadas, com monitoramento e envio de dados em tempo real. A maior parte dos artigos estão focados no papel da telemedicina, outros no uso de aplicativos e plataformas de automonitoramento e um número menor trata da “Digital Therapeutics” que que tem a pretensão de buscar evidências clínicas para o tratamento do paciente. A terapia digital vem sendo aplicada em diversos países, porém não há políticas públicas que visam ampliam o acesso, há desafios para os governos darem acesso equitativo a toda população. As questões de custo, infraestrutura, literacia digital, discriminação estrutural (raça, idade, condição socioeconômica) são barreiras para a ampliação do acesso. Por outro lado, as empresas de tecnologias buscam escalabilidade sem a devida atenção a equidade no acesso, o chamado solucionismo digital desconsidera todas as questões sociais e políticas, os modelos de negócios estão estruturados na busca por lucratividade. Sendo assim, é importante adotar uma postura crítica para entender e discutir caminhos equitativos. Tratar a equidade no acesso exige uma ação coordenada que inclua políticas inclusivas que beneficie a todos, ao invés de acentuar as exclusões sociais e econômicas.
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