A dimensão econômica no desenvolvimento de inovação e tecnologia na saúde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v14.1235

Palavras-chave:

Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, Projetos de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação

Resumo

Na saúde muitas são as possibilidades de desenvolvimento para recursos que amparam a qualidade e o modelo de gestão. Cada fase do tempo apresenta um recorte específico sobre o modo como tais mudanças foram implementadas, demonstrando uma trajetória para nortear futuras tomadas de decisões. Com o decorrer dos anos e o desenvolvimento tecnológico, muito do que foi produzido tem apresentado sua versão digital originando um novo desafio no setor. Na atuação diária de cada profissional da área, a tecnologia tem permeado tarefas variadas, gerando diferentes impactos na vida do usuário do serviço de saúde, enquanto muda uma relação agora mediada por uma interface, no caso das tecnologias leve-duras e duras. O mesmo afeta as tecnologias leves, porém a manutenção das relações in vivo é predominante. Já o estudo da inovação na saúde tal cultura tem alimentado uma estrutura que pode dialogar com o setor público e privado. Tanto tecnologias quanto inovações apresentam um custo de produção. Dado o modelo econômico vigente, produzi-las no presente cenário brasileiro é desafiador. Identificando a demanda crescente do setor privado e o déficit que setor público apresentado nas áreas, centros de estudos estão formando discentes com olhar apurado para a questão, todavia, com o excesso de produção na área, muito do que é criado apresenta similaridade entre si, baixo teor criativo e significativo dispêndio financeiro. À vista disso, a partir do problema de pesquisa proposto, o presente projeto tem por objetivo geral analisar o modo como estudos desenvolvem tecnologias e inovações na saúde, especificamente, descrevendo o modo como informam sobre a relevância econômica das mesmas e classificar o tipo de tecnologia estudada segundo Merhy (1997). Trata-se de uma revisão sistemática integrativa da literatura que foi guiada pela pergunta de pesquisa: “O que a literatura brasileira apresenta referente à dimensão econômica em tecnologia e inovação em saúde?” que encontrou o sistema de saúde como população e covariável, dimensão econômica em fenômeno e variável dependente, e tecnologia como contexto, sendo a variável independente, bem como, os Descritores de Ciências da Saúde – DeCS: Gestão de Ciência; Tecnologia; Inovação em Saúde. Inicialmente não houve seleção de período e o idioma foi analisado irrestritamente para estudos em território brasileiro. Utilizando o portal da Biblioteca Virtual em Saúde – BVS e o sistema de bibliotecas digital da Fundação Getulio Vargas – FGV. Com a inclusão dos sinônimos para cada descritor foi possível realizar 120 combinações e a sintaxe final utilizada para a busca nas bases de dados foi a seguinte: (saúde) AND (tecnologia) A revisão bibliométrica obteve, inicialmente, 1.430 resultados de artigos originais na busca, que resultaram em 17 incluídos no estudo. A partir dos resultados, os dados foram tratados no software gerenciador de referências Zotero e selecionados na plataforma Rayyan. Após o gerenciamento e seleção 276 duplicadas foram excluídas e dos 1.144 resultados que incluíram a leitura de título, 411 seguiram para a leitura de resumo, após a exclusão de dois duplicados 123 textos foram organizados na softwares Excel para a leitura de texto completo, todavia, por escolha metodológica um recorte de tempo foi estabelecido, sendo esse do ano de 2018 até o ano de 2022, decorrendo em 67 artigos para leitura completa, desses 17 integraram a revisão em questão. Como critério de apresentação dos resultados dois quadros foram montados, com o intuito de descrever e analisar os artigos segundo: ano, autor, objetivo, população de estudo, aspecto metodológico, tipo de tecnologia, dimensão econômica e dimensão analítica; para os critérios de dimensão, foi observado o que o estudo apresentava através de sua linguagem, conforme descrito literalmente no artigo. Para análise da tecnologia foi amparado na produção de Emerson Merhy que descreve a tecnologia como: leve, leve-dura e dura, que o presente trabalho abordará a temática. Outrossim, a revisão sistemática em questão não apresenta conflito ético com instituição e não realiza teste em pacientes. Durante a criação do Fluxograma Prisma a variedade de resultados foi significativa. Mesmo com a escolha metodológica de recorte temporal, seguido pelos anos de 2016 e 2018 ambos com 7,30% das publicações estudadas. Quanto ao que foi incluído no estudo 30,90% são dos anos 2020 e 2021. Conforme o quadro resumo apresenta há distinção entre as populações estudadas, bem como, entre os delineamentos dos estudos variando, então às possibilidades de abordagem para o tema. Os diferentes aspectos que abordam a tecnologia e a inovação na saúde é significativamente amplo, e quando contextualizado nos artigos, ganhou, por vezes, um novo olhar. Segundo a abordagem de Emerson Merhy sobre o estudo das tecnologias, foi possível observar que 12 dos 17 textos incluídos apresentam tecnologia dura como projeto de estudo, três são consideradas leve-duras e dois estão no grupo das tecnologias leves. Quanto ao objeto de pesquisa, foi possível encontrar o desenvolvimento de seis aplicativos para dispositivos móveis; dois jogos, sendo um de tabuleiro e outro virtual; dois quadrinhos online; o desenvolvimento de dois softwares; e um exemplar de pacotes de me textos com figuras, uma cartilha, uma ficha clínica, e simulador para capacitação e a validação de uma tecnologia. A partir dos resultados encontrados, foi observado a relação da saúde com tecnologias digitais em diferentes formas, sendo que para tais criações, a relação econômica, que possibilita prever a implantação da mesma em cenários distintos, foi abordada de forma ínfima. Notou-se, também, que indifere o local no qual a inovação será empregada ou para qual finalidade foi desenvolvida, em todos os casos o fator econômico foi pouco apresentado.

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Publicado

30-09-2022

Como Citar

1.
Cruz S, Verna Castro Gondinho B. A dimensão econômica no desenvolvimento de inovação e tecnologia na saúde. J Manag Prim Health Care [Internet]. 30º de setembro de 2022 [citado 3º de novembro de 2024];14(spec):e022. Disponível em: https://www.jmphc.com.br/jmphc/article/view/1235

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