TY - JOUR AU - da Silva, Eunice Ferreira AU - Cruz, Aline Elizabet Ribas Souza AU - Barreto, Maria Carmelita Corrêa Paes AU - Leal, Dalila Teixeira AU - Moreira, Tiago Ricardo AU - de Oliveira, Deíse Moura PY - 2017/01/05 Y2 - 2024/03/29 TI - “Sala de espera”: Cenário e estratégia de educação em saúde JF - JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750 JA - J Manag Prim Health Care VL - 7 IS - 1 SE - Seminários, Simpósios e Mesas Redondas DO - 10.14295/jmphc.v7i1.396 UR - https://www.jmphc.com.br/jmphc/article/view/396 SP - 70-70 AB - <p>A Estratégia Saúde da Família (ESF) é considerada uma ferramenta essencial para orientar as ações da Atenção Básica (AB). Neste contexto salienta-se a importância das ações de promoção da saúde, que buscam construir o empoderamento dos sujeitos por meio de uma educação emancipatória, estimulando-os a intervir como principais atores promotores da saúde. Um dos desafios da AB é a baixa integralidade das práticas, persistindo o modelo biomédico, hegemônico nas práticas de cuidado em saúde. O presente trabalho justifica-se devido à necessidade de se desenvolver e aprimorar estratégias de educação em saúde como as salas de espera, que pautem ações de prevenção de agravos e promoção da saúde e que sejam exequíveis no cotidiano da ESF. Relatar a experiência com a realização de “salas de espera” em uma Unidade de Saúde da Família de Viçosa, Minas Gerais. As salas de espera ocorreram entre os meses de março e maio de 2016, sendo realizadas por acadêmicas dos cursos de enfermagem e nutrição e profissionais de saúde convidados no turno da manhã e/ou tarde no ambiente em que os usuários permanecem aguardando o atendimento para o qual estão agendados na unidade de saúde. As cadeiras foram dispostas em semicírculo, sendo a exposição dialogada e/ou demonstrações práticas a estratégia metodológica utilizada. Como materiais didáticos utilizou-se o painel “conexão saúde” e materiais de demonstração. Foram abordadas questões técnicas, científicas e práticas relacionadas aos seguintes temas: tabagismo, uso do soro caseiro, hipertensão arterial, alimentação saudável, saúde bucal, exercícios físicos e uso de medicamentos. As salas de espera tiveram a duração média de 30 minutos cada, sendo realizadas no total oito salas no período compreendido do presente relato, com a participação de cerca de 10 a 15 usuários em cada. Em virtude de evidenciarmos uma dificuldade de adesão dos usuários na participação de grupos educativos oferecidos na unidade, as salas de espera configuraram como uma estratégia simples e factível para trabalhar questões relacionadas à promoção da saúde. Tornar o momento ocioso em que os usuários aguardam para serem atendidos uma oportunidade de trabalhar questões de interesse para a saúde e o autocuidado traduziu-se como uma experiência singular no cenário referido. Importante destacar que a sala de espera oportunizou a participação de usuários que comumente não aderem às atividades educativas grupais propostas na unidade de saúde, em especial o público adolescente e os homens. Como limitações evidencia-se empiricamente que tal estratégia educativa deve ser realizada em um tempo reduzido, além de apresentar no seu transcorrer o risco iminente de dispersão de alguns usuários que, após serem consultados, podem não permanecer acompanhando a atividade. Conclui-se que o ambiente da sala de espera tem potencial para o desenvolvimento de atividades educativas, mesmo que de forma pontual. A experiência relatada ampliou o escopo das ações de promoção da saúde e prevenção de agravos na unidade de saúde referida, constituindo-se um espaço para despertar os usuários para o cuidado à saúde para além do modelo biomédico ainda observado expressivamente no cotidiano dos serviços de saúde.</p> ER -